Assédio Moral....
Venho acompanhando alguns casos em psicoterapia onde a tônica do atendimento está nas relações de trabalho, contaminadas por humilhações,
perseguições e atitudes excludentes, de tal modo que nos leva a pensar em assédio moral.
Na maioria dos casos a pessoa que sofre assédio moral acaba pedindo licença médica para buscar recuperar-se do desgaste emocional e neste período tentar resolver questões relacionadas ao trabalho e/ou muitas vezes trocar de grupo e ambiente de trabalho.
Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestradoem Psicologia Social ,
foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o título "Uma jornada
de humilhações".
Na maioria dos casos a pessoa que sofre assédio moral acaba pedindo licença médica para buscar recuperar-se do desgaste emocional e neste período tentar resolver questões relacionadas ao trabalho e/ou muitas vezes trocar de grupo e ambiente de trabalho.
Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado
O que
é humilhação?
É um sentimento
de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a,
vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém,
sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a,
traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza
e sofrimento.
E o
que é assédio moral no trabalho?
É
a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes
e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho
e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas
autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações
desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um
ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de
trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
Caracteriza-se
pela degradação deliberada das condições de trabalho em que
prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus
subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos
práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é
isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada,
inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo
do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo
constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e,
freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente
de trabalho, instaurando o ’pacto da tolerância e do silêncio’ no
coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e
fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima. Em resumo: um ato isolado de
humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe: repetição sistemática, intencionalidade (forçar o outro
a abrir mão do emprego), direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode
expiatório), temporalidade (durante a jornada, por dias e meses), degradação deliberada das condições de
trabalho.
Entretanto, quer
seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por
constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental,
não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses
atos.
O desabrochar do
individualismo reafirma o perfil do ’novo’ trabalhador: ´autônomo, flexível’,
capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas
habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e
saúde perfeita. Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela
formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza
urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um
sofrimento perverso.
A humilhação
repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora
de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e
sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir
para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo
um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de
trabalho.
A prática do
Assédio Moral é visto como um problema de saúde pública e um dos novos riscos
no mundo do trabalho - devido ao alto índice de suicídios - uma preocupação
presente em todas as áreas e que mobiliza gestores de empresas públicas e
privadas.
Para Barreto a
piora nas condições de trabalho desencadeia fatores psico-sociais irreparáveis
nos trabalhadores, já que grande parte de suas vidas se passam dentro das
empresas. “O ambiente de trabalho está deixando os trabalhadores doentes, essa
deteriorização tem dizimado muitas vidas e o assédio moral tem sido o grande
responsável por essa situação”.
“Ninguém tem o direito de humilhar o outro
indiferente das relações hierárquicas e quem participa ou tem conhecimento e se
cala por medo de retaliações está sendo cúmplice dessa violência” Drª Margarida Barreto
Esse é um tema
muito importante!!! Precisamos refletir
e debater para poder combater e evitar!!!
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