Comunicação Não Violenta
A
comunicação não violenta apresenta uma
maneira eficaz, como método de abordagem, fazendo com que a gente
saiba expor nossas verdadeiras necessidades ou entender melhor as dos
outros. "A comunicação não violenta conecta a alma das pessoas!" Gandhi
Mas
o que é essa tal de comunicação não violenta?
É uma abordagem específica da
comunicação, tanto de falar, quanto de ouvir, que nos liga de
coração, a nós mesmos e aos outros, de tal maneira que permite que
nossa compaixão natural floresça. Ela já existe há milhares de
anos e foi utilizada por grandes mestres da nossa história, como
Jesus Cristo, Buda e casos mais recentes amplamente conhecidos como
Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Dalai Lama.
A
comunicação não violenta foi sistematizada pelo psicólogo
americano Marshall B. Rosenberg, de maneira prática e acessível,
facilitando assim, sua utilização nas diversas situações de nossa
vida moderna.
Embora
seja comum a gente não considerar violenta a maneira com que
falamos, muitas vezes nossas palavras geram mágoa e dor, seja para
os outros, seja para nós mesmos. A não-violência significa
permitimos que venha à tona aquilo que existe de positivo em nós, e
que sejamos dominados pelo amor, respeito, compreensão, gratidão,
compaixão e preocupação com os outros. Em
vez de sermos dominados pelas atitudes egocêntricas e egoístas,
gananciosas, preconceituosas, suspeitosas e agressivas, que costumam
dominar nosso pensamento, a comunicação não violenta se baseia em
habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem a capacidade
de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas.
Ela
substitui nossos velhos padrões de defesa, que é o recuo ou o
ataque diante de julgamentos e críticas. Com ela, passamos a escutar
profundamente, tanto a nós mesmos, quanto aos outros. Isso gera
respeito, atenção, empatia e desejo mútuo de nos entregarmos de
coração, ou seja, nós vamos soltando aqueles escudos que
carregamos ao longo da vida, passamos a mostrar nosso lado humano.
Isso também faz com que os outros mudem seus discursos, pois eles
não sentem que estão sendo atacados, ao contrário, sentem que
estão sendo ouvidos, entendidos e tendem a se abrir e nos tratar com
respeito também. Esse é o poder da compaixão e a comunicação não
violenta é uma forma sincera e afetiva de se comunicar.
A
comunicação não violenta possui inúmeros benefícios. Ela atua em
três Níveis: Intrapessoal, interpessoal e o sistêmico. O primeiro
é o nível intrapessoal, que é a relação com nós mesmos.
Interpessoal, nossa relação com o outro e nível sistêmico, que é
nossa relação com o ambiente, o social, grupos.
Podemos
utilizar a comunicação não violenta no nosso dia-a-dia. Um dos
primeiros passos para começar a usá-la é
reconhecer que somos todos violentos em algum grau e precisamos
efetuar uma mudança qualitativa em nossas atitudes. Há muitas
formas de violência que vão além da violência feita através da
força física. Podemos chamar de violência passiva e está mais
ligada ao sofrimento de natureza emocional, o deboche, o menosprezo,
a ironia ou sarcasmo e até mesmo olhar ou fingir que o outro não
existe são formas de violência amplamente realizadas no nosso
dia a dia, por nós sim e também pelos outros. Mas infelizmente,
ficamos esperando que os outros mudem sem sequer, muitas vezes,
olharmos para as nossas ações.
Se
queremos um mundo mais pacífico e amoroso, precisamos nós mesmos
termos a expressão de paz e de amor que queremos ver no mundo! Já
dizia Mahatma Gandhi, "sejamos a mudança que queremos ver no mundo!" Goste você ou não, essa é uma frase que faz muito sentido, você
concorda?
A comunicação não violenta possui quatro componentes básico:
a observação, o sentimento, às necessidades e o pedido. O primeiro passo é
observar o que está de fato acontecendo em uma situação. Você pode fazer a
seguinte pergunta: o que estou vendo o outro dizer ou fazer que é enriquecedor
ou não para minha vida? O truque aqui é ser capaz de realizar essa observação
sem fazer nenhum julgamento ou avaliação, simplesmente dizendo que nos agrada
ou não, naquilo que as pessoas estão fazendo mas, sem tentar enquadrar entre
certo ou errado. Feito isso, devemos identificar quais sentimos temos ao
observar aquela ação. Avalie se você ficou magoado, assustado alegre,
divertido, irritado ou qualquer outro sentimento que possa ter surgido.
Terceiro lugar é reconhecermos quais de nossas necessidades estão ligadas aos
sentimentos que identificamos. Então entramos com o quarto componente que é o
pedido. Ele precisa ser bem específico e devem focar o que estamos querendo dar
a outra pessoa para enriquecer nossa vida. por exemplo: uma mãe que está tendo
problemas com filho adolescente que, fica jogando as roupas sujas pela casa,
poderia dizer _ Roberto quando eu vejo suas roupas sujas jogadas no sofá e
pratos sujos espalhados pela casa, fico irritada porque preciso de mais ordem
no espaço que usamos. Aqui ela faz uma observação e diz como se sente em
relação ao que observa. Imediatamente faz um pedido bem específico: _ Você
poderia colocar suas roupas sujas no cesto do banheiro e os pratos dentro da
pia?
Vale
dizer que muitas vezes é possível se expressar com os quatro
elementos da comunicação não violenta. Mas, é importante termos
em mente que o outro pode, as vezes, não se expressar dessa forma,
é aí que costumam surgir os conflitos pois, um não sabe se
expressar de forma compassiva e o outro não sabe fazer a leitura do
que está por trás do que é expressado. Então,
cabe a nós, observando isso, tentar identificar, fazer uma leitura,
por trás do que é feito ou dito. Nós temos de ir além de suas
palavras! Precisamos nos ligar ao sentimento por trás daquelas
palavras ou ações, e aí que descobrimos a verdadeira causa do
porquê aquela pessoa está se expressando com violência.
O
psicólogo Marshall B. Rosenberg, chama de comunicação alienante da
vida um grande problema, pois antes de entendermos, invadimos com
nossos juízos de valores, sobre o que consideramos o certo e o
errado. Colocamos para o outro, não o que observarmos de fato e
como eu me sinto em relação a isto mas, como gostaríamos que
fosse. Concentramos a atenção em julgar, classificar, analisar e
determinar ao invés de eu olhar para o meu sentimento em relação a
fala ou a atitude do outro emoções do outro, e expressar com
autenticidade e sinceridade essas emoções. Ao invés disso, é comum, passamos
enquadrar o outro em certos rótulos, despejar julgamento de
valores.
É importante também, saber diferenciar os juízos de valor, de julgamentos moralizadores: os juízos de valor são o que acreditamos é melhor para mim mas, respeito a opinião do outro. Os julgamentos moralizadores são quando analisamos a opinião do outro de acordo com nossos juízos de valor e queremos que o outro filtre o mundo sob nossa ótica, entendendo que é a única e ou a melhor. Temos nossa opinião, nossos sentimentos mas, não precisamos rotular ninguém. Essa diferença é muito importante pois, quando classificamos e julgamos alguém a pessoa tende a se fechar e ativar seu mecanismo de defesa, o que o faz responder ou agir com agressividade. Outro problema da comunicação alienante da vida é que turva nossa consciência de que cada um de nós é responsável por seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. Ela tira nossa sensação de responsabilidade, por exemplo: quando dizemos que sentimos ou fazemos coisas, por culpa do outro, como se não tivéssemos a possibilidade de escolha.
É importante também, saber diferenciar os juízos de valor, de julgamentos moralizadores: os juízos de valor são o que acreditamos é melhor para mim mas, respeito a opinião do outro. Os julgamentos moralizadores são quando analisamos a opinião do outro de acordo com nossos juízos de valor e queremos que o outro filtre o mundo sob nossa ótica, entendendo que é a única e ou a melhor. Temos nossa opinião, nossos sentimentos mas, não precisamos rotular ninguém. Essa diferença é muito importante pois, quando classificamos e julgamos alguém a pessoa tende a se fechar e ativar seu mecanismo de defesa, o que o faz responder ou agir com agressividade. Outro problema da comunicação alienante da vida é que turva nossa consciência de que cada um de nós é responsável por seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. Ela tira nossa sensação de responsabilidade, por exemplo: quando dizemos que sentimos ou fazemos coisas, por culpa do outro, como se não tivéssemos a possibilidade de escolha.
Para
melhorar isso, podemos usa uma linguagem onde você reconheça suas
possibilidades de escolha de seus sentimentos, de suas ações, por
exemplo: quando digo que, _ não concordo com isso mas tenho que
fazer porque meu chefe mandou! É melhor dizer: _ não concordo com
isso mas, escolho fazer pois quero manter meu emprego. Veja que no
primeiro caso é quase como se você não tivesse escolha, já o
segundo, você tem mas, optou por escolher fazer. Essa simples,
diferença na expressão já nos dá mais liberdade. Em umas, das experiências em escola, só de trocar o OU pelo E, na fala de um professor, já fez uma grande diferença!
Percebemos
que não somos obrigados a nada, sempre temos outras possibilidades!
Nossa linguagem é capaz de libertar ou nos aprisionar, e também é
capaz de abrir ou fechar corações.
É
importante termos em mente que o mundo em que vivemos é aquilo que
fazemos dele. Se hoje é impiedoso, cruel, violento, foi porque
nossas atitudes o tonaram assim. Se mudarmos a nós mesmos, podemos
mudar o mundo! Propomos aqui que essa mudança pode começar por
nossa linguagem, nossos métodos de comunicação. A comunicação
não violenta é uma ferramenta enriquecedora que pode melhorar
significativamente nosso dia a dia, na vida de forma geral e, principalmente na escola e,
é de entendimento fundamental nos Processos Circulares.
Referências Bibliográficas
MULLER,
Jean-Marie. O
princípio de não-violência: uma trajetória filosófica.
São Paulo: Palas Athenas, 2007.
ROSENBERG,
Marshall. Comunicação
não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e
profissionais.
São Paulo: Ágora.
2006
Santos,
Elisama. Comunicação
Não Violenta: Como estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e
resiliência em você e nas crianças.
Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2019
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