Processos Circulares
Os
processos circulares estão enraizados em tradições antigas e tem o
aporte de conhecimentos contemporâneos. As comunidades antigas
usavam processos similares aos Círculos para tratar do trabalho da
comunidade, como é costume em muitas comunidades indígenas em todo
o mundo.
Acreditamos
que seja uma forma comum de engajamento coletivo em torno de questões
de interesse da comunidade em todos os tempos e lugares. Os processos
circulares também são formados por experiências modernas de
diálogo, criação de consenso, comunicação intercultural,
reconhecimento de interesses individuais, teoria das mudanças e
transformação pessoal. O processo é um equilíbrio entre o antigo
e o contemporâneo, o indivíduo e o grupo, o ser interno e o
externo. O Círculo é uma técnica para organizar de modo eficiente
a comunicação grupal, para construir relacionamentos, tomar
decisões e resolver conflitos. Ainda mais importante, o Círculo
encarna e nutre uma filosofia de relacionamento e interconexão que
pode nos guiar em todas as circunstâncias, dentro e fora do Círculo.
O
Círculo é um espaço intencional, concebido para apoiar os
participantes permitindo que tragam à tona o “melhor de si”,
para ajudá-los a se comportarem com base nos valores que retratam
seu melhor modo de ser. O Círculo cria um espaço protegido que
permite praticar esse comportamento, diferente daquelas ocasiões em
que pareceria arriscado fazê-lo. Quanto mais as pessoas praticam
esse comportamento no Círculo, mais esses hábitos são reforçados
e levados para outros aspectos de suas vidas. Dessa forma, esses
valores criam um poderoso sistema radicular que ajuda a formar um
continente para raiva, frustração, alegria, dor, verdade,
conflitos, visões de mundo diferentes, sentimentos intensos,
silêncio e paradoxos.
Para
criar os valores fundamentais do Círculo, os participantes
identificam valores que consideram importantes para um processo
saudável e que traga bons resultados para todos. Valores recorrentes
são: honestidade, respeito, abertura, cuidado, coragem, paciência e
humildade. As palavras exatas variam de grupo para grupo, mas os
valores gerados pelos Círculos em uma imensa variedade de contextos
são essencialmente consistentes. Descrevem aquilo que queremos ser
quando somos o melhor de nós mesmos.
As
raízes indígenas do processo circular contribuem com conhecimentos
chave para os fundamentos do Círculo. Esses conhecimentos estão
ligados à imagem do círculo como metáfora para o modo como
funciona o universo. Para muitos povos indígenas o círculo enquanto
símbolo traduz uma visão de mundo, uma forma de compreender o
funcionamento deste mundo. Eles são parte integrante dessa visão de
mundo e do próprio espaço do Círculo: tudo está interligado mas,
cada parte do universo contribui com o todo e é igualmente valiosa.
O
pressuposto de que tudo está interligado tem implicações profundas
para os relacionamentos humanos. Significa que não é possível
expulsar, excluir ou se livrar de ninguém ou de nada. Esse valores
partilhados e conhecimentos antigos permeiam cada aspecto do
processo. Eles formatam a atitude do facilitador ou guardião do
Círculo, e definem a atmosfera e o clima do espaço que o
facilitador está tentando criar junto com os participantes do
Círculo. Esses valores são uma visão das possibilidades do grupo.
O
Círculo lança mão de alguns elementos essenciais para criar o
espaço definido por esses valores e ensinamentos fundamentais. Esses
elementos estruturais são as ferramentas usadas pelo
guardião/facilitador para tornarem os valores e ensinamentos
elementos funcionais num processo concreto, passível de ser
trabalhado, e que cria condições para um diálogo honesto e
respeitoso que preza cada voz e nutre relacionamentos. Vamos a essas
orientações...
Os
Círculos adotam um processo de autogoverno segundo o qual todos os
participantes participam na criação das expectativas
comportamentais para as interações do grupo. Os participantes criam
as orientações para seu processo por consenso. A criação coletiva
das orientações leva à responsabilidade partilhada com todos os
participantes pela proteção da qualidade do espaço coletivo.
O
bastão de fala é um objeto escolhido pelo grupo e que tem sentido
importante e, normalmente relacionado ao tema do encontro. Esse
objeto, o bastão da fala, passa de pessoa para pessoa na ordem em
que estiverem sentados no círculo. Só pode falar a pessoa que está
segurando o bastão de fala. Essa pessoa terá a atenção total de
todos do Círculo e pode falar sem ser interrompida. A utilização
do bastão de fala viabiliza a expressão plena das emoções, a
escuta qualificada, reflexão cuidadosa, e um ritmo sem pressa. Além
do mais, o bastão de fala cria espaço para pessoas que acham
difícil falar diante de um grupo, sem, no entanto, que o seu
detentor seja obrigado a falar. A escuta qualificada e fala
respeitosa, promovidas pelo uso do bastão de fala, criam segurança
para falar verdades difíceis.
Os
Círculos utilizam algum tipo de cerimônia para marcar a abertura e
fechamento do espaço especial do Círculo. Dentro do espaço do
Círculo pede-se aos participantes que se comportem de modo mais
atento aos valores centrais que definem o que há de melhor em cada
um deles, e que ajam segundo esses valores. Para a maior parte das
pessoas isto requer que deixem cair máscaras e proteções e isto dá
a sensação de vulnerabilidade. Torna-se seguro fazê-lo porque
todas as outras pessoas do Círculo estão assumindo o mesmo
compromisso. Pelo fato de os espaços coletivos em geral não
oferecerem tal nível de segurança, é importante definir com
clareza onde esse espaço seguro começa e onde termina. A cerimônia
inicial ajuda os participantes a relaxarem, soltarem ansiedades não
relacionadas ao Círculo, se concentrarem no seu estado interno,
atentarem para a interconexão e se abrirem para possibilidades
positivas. A cerimônia de fechamento celebra as contribuições do
grupo e relembra os participantes a sua ligação uns com os outros e
com todo o universo.
A
partilha de histórias pessoais é a fonte essencial do poder dos
Círculos. Os Círculos constroem relacionamentos, exploram problemas
e partilham sabedoria basicamente através da partilha das
experiências de vida dos participantes. O Círculo convida os
participantes a compartilharem aquelas partes de suas vidas que têm
relevância para o propósito do Círculo. A contação de histórias
é uma ferramenta poderosa para transformar relacionamentos. Ela
permite que os participantes vejam uns aos outros sob um prisma
multidimensional, que em geral derruba preconceitos ou pressupostos
que impedem a boa comunicação. A contação de histórias envolve o
coração e o espírito mais do que o fariam dados e informações.
Quando
é preciso tomar uma decisão num Círculo, essa decisão deve ser
consensual. Num Círculo o consenso significa que todos podem viver
com aquela decisão e apoiá-la. Talvez aquela decisão não fosse o
ideal para todos, mas ela precisa ser aceitável para todos. A
eficácia do processo consensual depende de uma sólida visão
partilhada, equidade de vozes e relacionamentos de confiança entre
os participantes. Pelo fato dos Círculos serem fundados sobre
valores partilhados, oferecerem voz igual para todos através do
bastão de fala, e construírem relacionamentos ao longo de todo o
processo, chegar a um consenso no Círculo não é tão difícil como
a maioria das pessoas imagina. As decisões consensuais têm uma
vantagem significativa sobre as decisões impostas por voto da
maioria. Elas são muito mais fáceis de implementar porque todos
estão empenhados e unidos na intenção de fazê-la funcionar.
Os
Círculos, intencionalmente, retardam o diálogo sobre temas
contenciosos até que o grupo tenha avançado um pouco na construção
de relacionamentos. Antes da discussão das questões difíceis que
motivaram o Círculo, faz-se uma rodada de respostas a uma pergunta
que motive os participantes a contarem algo sobre si mesmos; depois
vem a construção dos valores e orientações do Círculo; e ainda
uma volta de histórias pessoais sobre temas relacionados
tangencialmente à questão em pauta. Essas rodadas geram no Círculo
uma consciência mais profunda de como todas aquelas jornadas humanas
criaram experiências, expectativas, medos, sonhos e esperanças
muito semelhantes. Essas rodadas introdutórias servem também para
apresentar os participantes uns aos outros de uma forma inesperada e,
assim, delicadamente desfazer pressupostos de uns em relação aos
outros e vice e versa. A criação conjunta de orientações oferece
ao grupo a oportunidade de vivenciar a busca de terreno comum apesar
de graves diferenças. Então, no Círculo não se “vai direto ao
ponto” de propósito. O tempo gasto na criação de um senso de
espaço partilhado e interconexão grupal aumenta o nível de
segurança emocional, que por sua vez permite que verdades mais
profundas aflorem. Esse tempo também promove consciência da
humanidade partilhada por todos os participantes.
Perguntas
norteadoras ou rodadas de perguntas: são aquelas que vão
efetivamente conduzir o diálogo entre os participantes ou direcionar
o círculo de acordo com a finalidade que se pretenda alcançar com o
encontro.
O
papel do facilitador no Círculo é muito diferente do que em outras
metodologias de diálogo ou reunião. O facilitador do Círculo,
muitas vezes chamado guardião, é um membro do grupo. Pelo fato do
bastão de fala regular a ordem dos oradores, o facilitador tem menos
poder de controle sobre o processo do que teria em outras práticas
de facilitação. A criação coletiva de orientações também reduz
a responsabilidade do facilitador, que fica dividida entre todos no
Círculo. O facilitador é responsável por monitorar a qualidade da
interação e deve levar quaisquer problemas que surjam no processo à
atenção do grupo, caso este já não os esteja corrigindo. O
facilitador não é o único ou o principal responsável por definir
como os problemas do processo podem ser resolvidos.
O
nome do processo, Circular, denota que a disposição física é
muito importante. Os participantes sentam em círculo, de frente uns
para os outros, sem mesas ou outros móveis entre eles. Essa
geometria é importante. Um grupo de pessoas em círculo sem mesas no
meio terá uma dinâmica diferente do que um grupo de pessoas em
filas de cadeiras, sentadas de costas umas para as outras. A
geometria do Círculo enfatiza a igualdade. Não há um ponto mais
importante num círculo. Ele também realça a interconexão entre os
membros e estimula a responsabilização pois, cada participante pode
olhar diretamente para todos os outros. O círculo tem um único
ponto focal que ajuda o grupo a se concentrar no propósito do
círculo e contém as distrações. A ausência de mesas estimula a
presença plena e realça ainda mais a responsabilidade e abertura.
Não há onde se esconder num círculo.
Vários
dos elementos estruturais e características do Círculo deslocam a
responsabilidade do facilitador para o conjunto dos participantes. A
criação coletiva de valores e orientações para o Círculo envolve
todo o Círculo na definição de expectativas de conduta para todos.
Quando isso acontece, é mais provável que os participantes assumam
responsabilidade por garantir que tais expectativas se realizem, e é
menos provável que fiquem na dependência do facilitador como
sancionador. O movimento do bastão de fala, que vai passando de
pessoa para pessoa na ordem em que estão sentadas, regula o diálogo
e reduz muito o papel e o poder do facilitador. Em muitos tipos de
processo o facilitador tem o poder de determinar quem vai falar,
sendo que ele pode falar a qualquer momento. Num Círculo o
facilitador pode falar sem o bastão de fala, mas só o faz se houver
um problema sério no processo que demanda atenção imediata. A
qualidade do processo é responsabilidade de todos os participantes,
e não apenas do guardião. Pelo fato dele se sentar como um igual
dentro do Círculo, e geralmente só falar quando recebe o bastão de
fala, tende-se a depender menos nele para soluções ou controle.
Por
causa da flexibilidade e poder do processo circular, podemos realizar
os Círculos para propósitos diversos. Consequentemente há diversos
tipos de Círculo. O tipo determinará a importância relativa dos
vários elementos da estrutura e do processo. A seguir temos uma
lista de tipos de Círculo:
• Celebração
• Diálogo
• Aprendizado
• Construção
do senso comunitário
• Compreensão
• Restabelecimento
• Apoio
• Reintegração
• Tomada
de decisão grupal
• Conflito
• Sentenciamento
Círculos
de Celebração ou Reconhecimento: esses Círculos reúnem um grupo
de pessoas para prestar reconhecimento a um indivíduo ou a um grupo
e partilhar alegria e senso de realização. Em geral não é
necessário gerar valores e orientações específicas para um
Círculo de Celebração, salvo pela concordância em usar o bastão
de fala respeitando-o. O consenso não é elemento relevante num
Círculo desse tipo. A preparação para um Círculo de Celebração
envolve basicamente logística e convites. As pessoas usam tais
Círculos para aniversários, formaturas, prêmios, despedidas, e
muitos outros eventos marcantes.
Círculos
de Diálogo: num Círculo de Diálogo os participantes exploram uma
questão ou tópico específico a partir de muitas perspectivas
diferentes. Os Círculos de Diálogo não buscam consenso sobre a
questão. Permitem que todas as vozes sejam ouvidas respeitosamente e
oferecem aos participantes diversas visões para estimular sua
reflexão. O Círculo de Diálogo não está voltado para um
participante em especial. Em geral não requer preparação
individual nem muito trabalho de bastidores.
Círculos
de Aprendizado: esses utilizam o processo circular para o ensino ou
para a partilha de informações. Nele não se está preocupado com
consenso, nem é necessário preparação individual. Em geral não é
seguido por acompanhamento do caso.
Círculos
de Construção do Espírito Comunitário: seu propósito é criar
laços e construir relacionamentos entre pessoas que têm um
interesse em comum. Os Círculos de Construção do Espírito
Comunitário dão apoio a ações coletivas eficazes e à
responsabilidade mútua. Eles não buscam consenso, mas podem ser
utilizados como etapa preliminar em preparação a um Círculo de
Tomada de Decisão onde se buscará consenso. Os Círculos de
Construção do Espírito Comunitário não focalizam certos
participantes em especial e não requerem grande preparação.
Círculos
de Compreensão: este é um Círculo de conversa que focaliza a
compreensão de algum aspecto de um conflito ou situação difícil.
Em geral ele não é um Círculo para tomada de decisões e,
portanto, não é necessário chegar a um consenso. Seu objetivo é
desenvolver um quadro mais completo do contexto ou das razões para
um determinado evento ou comportamento. O Círculo de Compreensão
pode focalizar uma pessoa ou pessoas específicas e, portanto, talvez
requeira preparação e planejamento para garantir apoio adequado a
esses participantes. A preparação também deve garantir o
envolvimento de pessoas com várias perspectivas, necessárias para
uma compreensão mais plena da situação.
Círculos
de Restabelecimento: o propósito deste Círculo é partilhar a dor
da pessoa ou pessoas que passaram por traumas ou perdas. Dele poderá
emergir um plano para apoiar, mesmo fora do Círculo, a pessoa que
sofre, mas este não é seu objetivo. Preparativos cuidadosos são
muito importantes para que não se produza através do Círculo,
inadvertidamente, mais dor à pessoa atendida.
Círculos
de Apoio: este Círculo reúne pessoas significativas para dar apoio
a alguém que está passando por uma dificuldade em especial ou uma
grande mudança de vida. Os Círculos de Apoio em geral se reúnem
regularmente ao longo de determinado período de tempo. Eles podem,
por consenso, desenvolver acordos ou planos, mas muitas vezes não
são Círculos de tomada de decisão. Os preparativos e a organização
do primeiro Círculo são trabalhosos, mas os subseqüentes nem
tanto.
Círculos
de Reintegração: estes reúnem um indivíduo com um grupo ou com a
comunidade da qual o indivíduo foi retirado a fim de reconstruir
ligações e integrar o indivíduo de volta ao grupo. Frequentemente
estes Círculos desenvolvem acordos consensuais. São muito usados
para jovens e adultos que voltam para suas comunidades vindo de
prisões ou instituições correcionais. Os Círculos de Reintegração
podem ser usados para ajudar na transição de militares que voltam
para suas comunidades depois de servir em regiões de conflito
armado.
Círculos
de Tomada de Decisão: um Círculo de tomada de decisão em grupo se
concentra em chegar a uma decisão consensual. Neste caso a
preparação é parte importante do processo, e poderá exigir a
realização de Círculos de Compreensão e Círculos de Formação
de Espírito Comunitário antes que se reúna o grupo para a tomada
de decisão. Grupos de trabalho, conselhos diretores, conselhos
consultivos e famílias vêm usando estes Círculos de Tomada de
Decisão para tomar decisões importantes no escopo de suas
comunidades.
Círculos
de Conflito: este Círculo reúne partes em conflito para resolver
suas diferenças. A resolução se forma através de um acordo
consensual. Nestes casos é comum haver uma prolongada preparação
individual. Também é possível lançar mão de outros tipos de
Círculo como preparação ao Círculo de Conflito. Em geral é
preciso investir muito tempo na construção de relacionamentos antes
de discutir as questões centrais. Estes Círculos são usados para
resolver conflitos no bairro, no local de trabalho, na escola, na
igreja e nas famílias.
Círculos
de Sentenciamento: este é um processo dirigido pela comunidade em
parceria com o sistema judicial, que tem por objetivo envolver todos
aqueles que foram afetados por uma ofensa para chegar a um plano de
sentenciamento adequado, que contemple todas as preocupações dos
participantes. A pessoa que sofreu o dano, a pessoa que causou o
dano, família e amigos de ambos, e outros membros da comunidade se
reúnem, junto com representantes do poder judiciário (juiz,
promotor, advogado de defesa, polícia, oficiais de condicional) e
outros profissionais auxiliares, para discutir:
1)
o que aconteceu;
2)
por que aconteceu;
3)
quais foram as consequências e
4)
o que é necessário para reparar o dano e impedir que aconteça
novamente.
Por
consenso, o Círculo concebe uma sentença para a pessoa que cometeu
o crime e talvez também estipule responsabilidades para membros da
comunidade e operadores da justiça como parte do acordo. A
preparação deste Círculo poderá incluir a realização de
Círculos separados para a pessoa que sofreu o dano (Círculos de
Restabelecimento) e para a pessoa que cometeu o crime (Círculo de
Compreensão), antes de reunir os dois. É importante notar que
muitas vezes estes objetivos se sobrepõem. A maioria dos Círculos
são em parte Círculos de Construção de Espírito Comunitário, e
a grande maioria produz o efeito de restabelecimento para alguns
participantes. A tipologia apenas marca o propósito primário de
cada Círculo. Como se vê acima, o processo circular pode abarcar
vários tipos de Círculo na medida em que o processo avança por
suas várias etapas.
Os
Processos Circulares em ambientes escolares...
A
abordagem de uma cultura de paz e valores da convivência baseados em
relações mais dialógicas nas escolas, é fundamental para uma
formação mais cidadã das nossas crianças e jovens, sempre foi e
continua sendo, cada vez mais, uma necessidade, importante e urgente.
Quando
se fala em cultura de paz, fala-se em aprendizagem cooperativa, em
desenvolvimento de competências sócio emocionais, em educação
multicultural, em aprendizagem de valores humanos, nas relações
baseadas no diálogo afetivo e atencioso, em redução de
preconceitos e na criação de uma cultura de prevenção a
violência.
A
escola, em razão da diversidade e da pluralidade, é palco constante
de conflitos interpessoais, os quais muitas vezes desencadeiam-se
para a violência. O fenômeno da violência escolar há muito tem
chamado a atenção e é necessária a atuação de todos para o
enfrentamento do problema.
Neste
contexto desafiador, as ferramentas e as habilidades dos processos
circulares, podem colaborar para uma melhoria na prevenção, nas
relações como um todo e, na resolução de conflitos escolares.
Os
processos circulares pode transmitir os preceitos fundamentais
relacionados ao bom convívio escolar e social,promovendo cultura de paz e, assim ajudando a
conscientizar as crianças e os adolescentes, suas famílias, bem
como, toda equipe de profissionais da escola, a protagonizarem os
valores éticos, as responsabilidades sociais e ao aprendizado de
habilidades que estimulem o diálogo, tendo por base a comunicação não violenta.
Os
processos circulares nas escolas refletem uma filosofia que abrange
um conjunto de comportamentos, procedimentos e práticas, proativas e
humanizadas, que buscam desenvolver as boas relações no espaço
escolar. Elas dão um destaque especial no desenvolvimento de valores
essenciais às crianças e aos jovens, tais como o respeito, a
empatia, a responsabilidade social e a autodisciplina, ou seja,
valores preconizados e enfatizados no BNCC como, competências sócio
emocionais.
PRANIS,
Kay.
Processos
Circulares. Teoria e Prática. Série da reflexão a prática.
Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athenas, 2010.
ROBALO,
Tereza Lancry de Gouveia de Abulquerque e Souza. Justiça
Restaurativa. Um Caminho para a Humanização do Direito.
Lisboa: Editora Juruá, 2012.
SANTOS,
Mayta Lobo; GOMIDE, Paula Inez Cunha. Justiça
Restaurativa na Escola: Aplicação e Avaliação do Programa.
Curitiba: Editora Juruá, 2014.
SICA,
Leonardo. Justiça
Restaurativa e Mediação Penal: Um novo modelo da justiça criminal
e da gestão do crime.
Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2007.
ZEHR,
Howard. Trocando
as Lentes: Um novo foco sobre o crime e a justiça.
Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athenas, 2014.
ZEHR,
Howard. Justiça
restaurativa.
Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo : Palas Athena, 2012
BOYES-WATSON,
C. & PRANIS,
Kay. No
coração da esperança – guia de práticas circulares.
Porto Alegre: TJ do Estado do Rio Grande do Sul, 2011.
Comentários
Postar um comentário
:)Deixe aqui seu comentário:)