Gestalt Terapia....


A Gestalt Terapia é uma terapia existencial - fenomenológica fundada por Frederick (Fritz) e Laura Perls, na década de 1940. Ela ensina a terapeutas e pacientes o método fenomenológico de awareness, no qual perceber, sentir e atuar são diferenciados de interpretações e modificar atitudes preexistentes.
Explicações e interpretações são consideradas menos confiáveis do que aquilo que é diretamente percebido ou sentido, Pacientes e terapeutas, em Gestalt Terapia, dialogam, isto é, comunicam suas expectativas fenomenológicas.
Em Gestalt-terapia a mudança está ligada diretamente a criatividade. Mudar, então, refere-se a descobertas de respostas novas a eventos antigos. Nesta abordagem acredita-se que o homem é potencialmente capaz e criador. A repetição é a utilização de recursos que foram adequados a outras situações e que, contudo, não o são obrigatoriamente na vida atual da pessoa. A repetição constante da maneira de funcionar não favorece a descoberta de novas formas de ser. Assim ela torna o indivíduo rígido, limitado, e traz em geral sofrimento.
A maneira pela qual o meio é percebido é influenciada pelo grau de liberdade que o indivíduo tem para perceber. Ao mesmo tempo a percepção clara é fundamental para o estabelecimento de contatos saudáveis ou não. Se experiências passadas não tiveram resoluções satisfatórias, serão acionados mecanismos que impedirão a percepção clara no presente, dificultando o contato mais pleno com o ambiente.
Assim, quando as situações inacabadas permeiam o contato atual, não é possível enxergar a realidade presente, contaminada que está pelos fantasmas do passado e expectativas quanto ao futuro.
Para Perls, criatividade é a capacidade de renunciar, de abandonar respostas obsoletas. Nesse caso, entre as respostas criativas, incluem-se, além da imaginação, as rupturas. Não há como manter velhos hábitos num viver criativo; logo, sempre há riscos e ameaça de perder a fronteira de contato (Perls & Stevens, 1975).
O ajustamento criativo (Perls, 1951) é o processo de fazer contato com o meio ambiente através de uma fronteira. Quando o ajustamento é saudável favorece o desabrochar da individualidade e o florescer dos relacionamentos. Este é um dos conceitos chaves em Gestalt-terapia, pois, não implica em “ajustamento” mas em “ajustamento criativo”. Quer dizer que existe nesse processo a participação ativa do indivíduo, não se trata de adaptação a algo que já existe e sim de transformar o ambiente e enquanto este se transforma, o indivíduo também se transforma e é transformado.
Ao considerar qualquer expressão criativa como indício do ser, os terapeutas gestaltistas podem recorrer à modelagem, à pintura, à dramatização, ao desenho, entre outras,  buscando ligações que permitam uma (re) significação e uma (re) configuração perceptiva. Os sinais de saúde aparecem, então, quando o sujeito está livre dos bloqueios ligados a padrões, valores, crenças e experiências passadas que impedem o livre fluxo do potencial criativo e que estariam a serviço da resistência à mudança.
A resistência à mudança surge de restrições à capacidade criativa do indivíduo em sua relação com o ambiente. Suas ações tornam-se reproduções, reações condicionadas, pouco fluidas, dificultando o intercâmbio sadio e renovador. Preso às amarras do cotidiano, sem usar seu potencial de criação, o indivíduo comunica-se com dificuldade, submete-se a valores sociais e perde toda e qualquer autonomia.
Assim, a Gestalt-terapia não é uma terapia de ajustamento, mas de auto-realização. Crescer neste sentido é buscar desenvolver seus próprios recursos, dons e talentos especiais. Neste sentindo, o conceito de psicoterapia pode ser entendido e substituído pelo de crescimento. Ampliar a consciência é assumir e aceitar a responsabilidade por suas próprias escolhas; acreditando em nós mesmos podemos acreditar no outro e no mundo.


Algumas Referências Bibliográficas:



Introducao a Gestalt Terapia, Hugo Elidio Rodrigues, editora Vozes;


Ego, Fome e Agressao, Frederich Salomon Perls, summus editorial;


Escarafunchando Fritz, Frederich S. Perls, summus editorial;


Gestalt - Terapia, Frederich Perls, Ralph Hefferline e Paul Goodman, summus editoria;


Gestalt: Uma terapia do contato, Serge e Anne Ginger, summus editorial;


Relacao e cura em Gestalt Terapia, Richard Hycner e Lynne Jacobs, summus editorial;


Tornar-se Presente, John O. Stevens, summus editorial;


Arte e Gestalt, Janie Rhyne, summus editoria;


Gestalt e Grupos, Therese A. Tellegen, summus editorial.


Descobrindo Crianças, Violet Oaklander, summus editorial.

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