Intuição...

A intuição não é um dom mágico, mas uma capacidade do cérebro que pode ser desenvolvida e aplicada, principalmente na hora de tomar decisões.
Conhecida como sexto sentido, a intuição não tem nada de sobrenatural. Segundo Carl Gustav Jung, a intuição funciona como uma bússola, uma função da psique que desvenda possibilidades. Envolve a comunicação dos dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, que é racional e armazena dados concretos (números, palavras e regras)  e o direito, responsável pela linguagem não-verbal ( símbolos, imagens e sensações). Então, relacionar o que vem de um e do outro é intuir.
A questão é como interpretar estas relações que surgem tão instantaneamente e muitas vezes não paramos para prestar atenção. O processo não é lógico nem linear. Sensações não seguem regras, não obedecem a uma ordem temporal, na intuição, quem dita as regras é o inconsciente.
Trazer para a consciência esse conhecimento interior significa dar vários passos. Resgatar os sinais dos cinco sentidos é um dos primeiros. Conseguir relacionar e interpretar dados objetivos e subjetivos é um dos mais difíceis porque o lado racional tende a desprezar o acaso, as emoções e impressões. Prestar atenção tem peso decisivo pois, a atenção torna as situações evidentes. Definir um foco de atenção é muito importante para ativar a intuição - o termo vem do latim “intueri", que significa “olhar atentamente".
Limpar a mente e se distanciar do problema ajuda a focalizar o que parece estar escondido, por isso algumas formas de meditação são bem importantes para aumentar a clareza de nossas percepções. Para o neurologista Arthur Oscar Schelp professor da Unesp, “(...) a pessoa é mais intuitiva quanto maior for seu banco de dados e sua capacidade de interpretá-los” ou seja, quem tem mais conhecimento armazenado vê o que os outros não enxergam. A intuição não despreza o conhecimento, mas elabora a informação de maneira diferente da mente lógica. É um processo de compreensão instantânea que começa, às vezes, da mera percepção do acaso. Foi assim que no século 13 Robert Grosseteste conseguiu explicar o fenômeno do arco-íris, numa época em que se acreditava que aquilo era manifestação divina. Grosseteste observou o prisma que se formava quando a luz incidia sobre globos de água em seu laboratório. Associou o que via às gotículas de água suspensas no ar depois da chuva e que são cortadas pela luz do sol. Testou e confirmou a hipótese, chegando à explicação para o arco-íris.
É preciso diferenciar intuição do desejo de que algo aconteça e também da paranóia. Paranóia é um medo que se repete, intuição é um insight que acontece depois de uma recombinação inconsciente de fatos, observações e sensações. A questão é aprender como e para onde transferir a atenção, já que os sinais intuitivos costumam aparecer na forma de metáforas e associações aparentemente sem sentido. É buscar dar ordem ao caos sem seguir uma linha lógica. Talvez por isso a intuição seja relacionada à mulher, mais ligada à sensibilidade, receptividade, compreensão, subjetividade. Tudo o que cada pessoa percebe, sente, sonha, lembra tem significado. A educação voltada para a lógica bloqueia a capacidade de interpretar esses dados. Abrir na rotina um tempo para silêncio e recolhimento ajuda. Registrar e interpretar sonhos e impressões também, porque essas práticas facilitam o acesso ao mundo interno. Intuição todos nós temos e pode nos ajudar muito em nossas decisões.
As respostas estão todas dentro de nós mesmos e a trilha de acesso é sempre individual. Aqui vão algumas dicas, que podem ajudá-lo a desenvolver sua intuição:

Tenha o hábito de meditar... pode ser orando ou realizando qualquer atividade que seja prazeirosa e leve você a limpar sua mente das idéias e preocupações corriqueiras..

Abra-se para as novidades. Aprenda sempre... quanto maior e mais variado for seu banco de dados e de experiências, maior suas possibilidades de formar relações...

Respeite suas próprias emoções, sensações, sentimentos, pensamentos, pois quanto maior contato você tiver com o que você sente, mais fácil fica ouvir sua intuição...

Respeite a intuição dos outros. Isto não quer dizer que você deve aceitar tudo que os outros dizem, mas sim entender que nem tudo pode ser explicado...

Desista da vaidade e do medo de errar. Lembre-se erros não destroem uma vida, a vaidade sim. A vaidade é o "liqüidificador" de intuições...

Lembre-se que a intuição está sempre correta, mas fique alerta para a interpretação que você pode estar somando a ela, você pode estar interpretando mal... certifique-se quando possível, a intuição chega a você passando por uma série de filtros (pressupostos culturais, preconceitos, falsas premissas) e que por isso alguns pensamentos intuitivos passam um mal pedaço para chegar até você e nem sempre chegam inteiros...

Teste sua intuição, confie nas suas percepções, comece a atuar de acordo com ela e busque lentamente descobrir o que está aprendendo...


Não podemos e não devemos abandonar nossas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!!! 




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